Edição 08 | Vejo flores em você

E o livro de abril é...

Flores para Algernon

Alerta lencinho! 🤧 Esse é um daqueles livros que tocam a gente de verdade, que nos deixam com os olhos estatelados, encarando o teto e pensando na vida.

Nosso livro do mês conta a história de Charlie Gordon, um homem de 32 anos com uma limitação intelectual severa QI (68), bem abaixo da média.

Tudo muda quando Charlie passa por um experimento científico ousado e inédito, que aumenta seu QI de forma exponencial. Mas ele não é o primeiro ser vivo a passar por isso, Algernon, um ratinho de laboratório🐭, já sobreviveu ao procedimento.

Imagina a confusão que essa mudança de perspectiva radical não causa na vida de alguém?

Coisas como bullying, abandono, paixão, nostalgia… antes da operação, nada disso era sentido pelo nosso protagonista. Mas com a inteligência vem grandes responsabilidades…

Será que existe uma quantia suficiente de conhecimento capaz de nos blindar da maldade e da indiferença existentes na realidade da nossa existência?

Em 1959, o autor Daniel Keyes escreveu a história como um conto para a The Magazine of Fantasy & Science Fiction e venceu o Hugo Awards em 1960.

Após 7 anos, a obra foi transformada em romance, publicado em 1966. Com ele, o autor ganhou o Prêmio Nebula e vendeu mais de 5 milhões de cópias, sendo referência nas escolas americanas.

Além disso, essa história inspirou o filme Os Dois Mundos de Charly (1968), vencedor do Oscar de Melhor Ator para Cliff Robertson.

Tá esperando o que pra começar a ler com a gente? Só vem 🙌

Sobre:
Autor: Daniel Keyes
Editora Aleph - 288 páginas
Onde comprar: Flores para Algernon

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The Book Pill - Um gostinho do que você vai encontrar

- Quanto mais inteligente você se tornar, mais problemas terá, Charlie. Seu crescimento intelectual vai ultrapassar seu crescimento emocional. E acho que você observará que, ao progredir, haverá muitas coisas sobre as quais você vai querer falar comigo. Eu só quero que se lembre de que este é o lugar para vir quando precisar de ajuda.

Agora entendo que um dos motivos importantes para ir à universidade e obter uma educação é aprender que as coisas em que você acreditou a vida toda não são verdade, e nada é o que parece ser.

O que é correto? É irônico que toda a minha inteligência não me ajude a resolver um problema assim.

Strauss, de novo, trouxe minha necessidade de falar e escrever de maneira simples e direta para que me compreendam. Ele me lembra de que a linguagem é muitas vezes usada como uma barreira em vez de uma ferramenta. É irônico me encontrar agora do outro lado do muro intelectual.

Algum tempo atrás, tolamente imaginei que poderia aprender tudo – todo o conhecimento existente. Agora espero apenas ser capaz de saber de sua existência e entender um mínimo disso.

Apenas pouco tempo atrás aprendi que as pessoas riam de mim. Agora consigo ver que inconscientemente me juntei a eles, rindo de mim mesmo. Isso dói mais que tudo.

O que rolou no grupo de leitura The Book

Esse começo do livro. Dá pra entender o q acontece várias vezes né. Que a pessoa ri de você. Não com vc. ~ M.L

Acho que inteligência é mais sobre potencial, mas não adianta muito sem o processo de aprendizagem (que pode ser facilitado, mas não dispensado). Um exame de compatibilidade ou um aumento de inteligência poderia eliminar alguns erros e etapas valiosos, mas não vejo como garantia que o relacionamento daria certo ou que a cirurgia garantiria algum tipo de sucesso na vida. Teria que viver o relacionamento e o aprendizado, de toda forma. Mas tb acho muito pertinente a crítica de estarmos tentando eliminar processos que podem ser fundamentais para a nossa constituição humana. ~S.C

Muitas camadas né! O cerne da questão é bem atual. ~ S.T

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Um salve: pra você que começa a leitura, mas sempre espia o final

Da série: é raro, mas acontece com frequência.

Quem nunca ouviu relatos de pessoas que não seguram a ansiedade e já pulam para ver o que acontece?

Pois é, o famoso autospoiler é real rsrsrs

A @sutosawa é a maior hater de spoiler. Ela é capaz de abandonar um livro/série/filme só porque soube de algo de forma culposa (quando não há a intenção de saber 🫣).

A @lori.sato não é ligada nessas coisas. Mesmo sabendo a história, vai ler sem crise. É por isso que, muitas vezes, ela é a porta voz do spoiler (seguuuura). Fique esperto(a) perto dessa booker e, se não quer nenhum detalhezinho a mais, é melhor nem começar a conversa.

Segue o fio…

O que dizer sobre a ambição de buscar o inalcançável mesmo diante da instabilidade como partida?

Esse foi ponto de debate no clube ao nos depararmos com a realidade de Charlie Gordon que passou de um ser intelectualmente limitado para um gênio.

O que isso lhe custou? A ignorância das consequências futuras justifica o risco? Até quando o conhecimento é suficiente?