[Edição 05] Iguais, mas diferentes

Será que você me vê como eu me vejo?

Primeiríssima edição do ano

É claro que a gente escolheu um livro muito especial pra começar 2025. 🎉🎉🎉

Mas pra não perder o fio, porque às vezes a gente também brinca de escrever, queremos aproveitar o restim de fim de ano vibes para desejar um ano de muitas realizações, esperança e leitura.

É verdade que a vida prega peças, mas ela também oferece presentes.

Esperamos que essa news possa um dos milhares de bilhetinhos de amor espalhados pelo seu mundo. Afinal, uma indicação de leitura pode fazer a diferença e te ajudar a dizer “sim” para você mesm@.

Feliz 2025!

Mas antes… vamos de recompensas daora?Compartilhe e ganhe!

03 indicações: newsletter especial com a história do THE BOOK IS ON THE TABLET
05 indicações: newsletter paga do próximo mês
10 indicações: marca-página THE BOOK IS ON THE TABLET
20 indicações: pack de adesivos (3 unidades)
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E o book do mês é…

Meu coração diz teu nome (e otras cositas más)

Sabe quando você devora um livro sem titubear… E, na hora que chega ao fim, fica em pedaços? 😭 Aí, na hora que vai se montar, percebe que foi transformado por uma história?

É sobre isso. 👏👏👏

Uma obra tão sensível e de uma vulnerabilidade sem fim, ao mesmo tempo em que é direta. É pedrada atrás de pedrada - dá até pra construir um castelo.

A autora estreia um romance inspirado numa dinâmica familiar que inclui duas irmãs gêmeas. Só que uma delas experimenta a vida com uma mancha vermelha no rosto (um tumor vascular benigno e raro chamado de hemangioma vermelho, que aglomera vasos sanguíneos). Isso é o suficiente para transformar a vida de cada um da família de maneira única.

Bora ler?

Quer saber mais? Confira essa entrevista da autora para a CBN (aqui).

Sobre:
Autora: Cris Lisbôa
Editora Rocco - 128 páginas
Onde comprar: Meu coração diz teu nome

E se tem uma coisa que o coração faz durante essa leitura é falar… falar alto e ressoar por um longo tempo.

Não entendeu nada? Deixa que a gente explica, se liga:

Essa roupa de carne, sangue e osso com a qual a gente caminha pela Terra costuma ser bastante óbvia e, apesar de ser variada em cores e formatos, costuma ser desprovida de detalhes poéticos como uns pontinhos coloridos no cangote, minúsculos raios desenhados na testa, uma flor cujo caule começa no lábio e vai até pétalas derramadas na nuca. Qualquer coisa assim, ninguém tem.

No céu, as estrelas não dançavam, o que de fato é estranho, porque as estrelas bailam pra espalhar o excesso dos sonhos; é um fardo carregar em si esperanças que não são suas, bem sei.

Vergonha é um substantivo feminino. Segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo. No dicionário, um sentimento de desconforto que alguém tem devido à exposição de suas particularidades, fraquezas, defeitos.

É possível ter vergonha de alguém ou por alguém. Sobretudo quando olhamos vendo apenas a nós mesmos.

Tem um choro que lava a gente por dentro.

As semanas viraram meses, os meses viraram anos e nós fomos entendendo, assim mesmo, no gerúndio, fomos entendendo que para algumas pessoas é possível ir embora. Porque o que não cabe dentro do seu sonho não pode existir.

Ah, sim. Raiva. É uma gosma pegajosa que caminha pelo corpo e, ao contrário do que pensam, sequer chega perto do cérebro. A razão não dá voz pra raiva, vem logo cheia de argumentos que fazem sentido, a gosma se ressente, resseca, desiste de existir, então ela prefere só escorrer pelo sangue, prejudicar os movimentos de sístole e diástole do coração, envenenar a língua. Quando a pessoa tem sorte, dá pra cuspir. Não sem antes arranhar absolutamente tudo por dentro.

Gente não é linear. Um coração pode ser sábio, confuso e lúcido antes do almoço. E depois da primeira colherada no pudim de sobremesa, enlouquecer profundamente.

Ninguém precisa pedir desculpas por não caber em expectativas alheias.
- Você sempre vai se amar como eu amo você?
- Não, mas eu queria.

Antes de entrar no coração de alguém, é preciso tirar os sapatos, passar as mãos na sola dos pés para afastar pedrinhas, poeiras, pedacinhos de algo, estilhaços de vidro.

Porque quando se vai embora, o que se levou fica lá. E é verdade que um imperceptível grão se transforma em pérola. Mas, até que aconteça, a ostra sente muita dor.

Arrabalde (p. 10): Que se encontra localizado na periferia de uma cidade; fora dos limites de uma cidade; subúrbio.

Arroubo (p. 12) 1. Arrebatamento; expressão ou demonstração de êxtase, de enlevo ou de encanto; 2. Sensação de contentamento causada por uma grande admiração ou felicidade.

Sístole (p. 13)1. Movimento de contração do coração e das artérias, responsável pelo impulso que faz circular o sangue.2. Gramática Deslocamento de uma sílaba para a anterior.

Diástole (p. 13) 1. Movimento de dilatação do coração e das artérias. 2. Gramática Deslocação do acento tônico de uma palavra para a sílaba seguinte.

Perispírito (p. 16)Invólucro (envoltório) impalpável que, segundo os espíritas, une o espírito ao corpo.

Torvelinho (p. 39)Redemoinho; o que se movimenta em espiral; cuja rotação acontece num movimento curvilíneo.

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para todos aqueles que leem o mesmo livro mais de uma vez.

Pra quem não sabe, a Cris Lisbôa também é professora de escrita. E uma das coisas que ela ensina é que a primeira leitura é por prazer, mas a releitura é pra aprofundar, entender e absorver as nuances.

Nessa pegada, a gente lista alguns livros que estão no nosso hall da releitura:

1 - Meu coração diz teu nome, Cris Lisbôa - sempre que precisar de um cuidado, um carinho e uma palavra de amor, pega e lê mais uma vez.

2 - Orgulho e Preconceito, Jane Austen - para os românticos de plantão, é bom lembrar que a primeira impressão nem sempre é a certa.

3 - Os Quatro Compromissos, Miguel Ruiz - descrito como um guia prático para liberdade pessoal, explora a filosofia tolteca, apresentando quatro compromissos básicos: seja impecável com sua palavra, não leve nada para o lado pessoal, não tire conclusões e sempre dê o melhor de si.

4 - Água viva, Clarice Lispector - uma obra-prima dessa deusa, que tem uma narrativa recheado de fluxo de consciência e pensamento. Arriscamos dizer que é uma experiência sensorial e perceptiva. Leitura necessária de tempos em tempos.

Além das palavras…

Não se pode pensar bem, amar bem, dormir bem, se não se come bem - Virginia Woolf em Um Teto Todo Seu

E é com essa deixa que puxamos nosso gancho pra trazer a gastronomia como protagonista. Afinal, um estímulo sensorial a mais é sempre bem-vindo. Cerejinha do bolo que fala né?